Eu
estava em Uberaba, há uns dois anos, esperando um ônibus para ir ao
cartório. Da nossa residência até lá tem uns três quilômetros. Nós, com o
horário marcado, não podíamos perder o ônibus. Mas, quando o ônibus
estava quase parando, uma criança, de uns cinco anos, apresentando
bastante penúria, gritava por mim, de longe. Chamava por Tio Chico, mas
com muita ansiedade. O ônibus parou e eu pedi, então, ao motorista:
“Pode tocar o ônibus, porque aquela criança vem correndo em minha
direção e estou supondo que este menino esteja em grande necessidade de
alguma providência”. O ônibus seguiu, eu perdi, naturalmente, o horário.
A criança chegou ao meu lado, arfando, respirando com muita
dificuldade. Eu perguntei: “O que aconteceu, meu filho?” Ele respondeu:
“Tio Chico, eu queria pedir ao senhor para me dar um beijo”.
Esse eu acho que foi um dos acontecimentos mais importantes de minha vida.
Fonte: “O Espírita Mineiro”, número
182, maio/agosto de 1980 – Páginas 256/257 do livro “Chico Xavier –
mandato de amor”/União Espírita Mineira – Belo Horizonte, 1992.
Esta entrevista faz parte de um
extenso trabalho de reportagem dos jornalistas Airton Guimarães e José
de Paula Costa, do jornal “Estado de Minas”, publicado nas edições de 8,
9, 10 e 12 de julho de 1980.
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