(…)
O padre Júlio Maria , da cidade mineira de Manhumirim, estava disposto a
providenciar uma camisa-de-força para o espírita de Pedro Leopoldo.
Todo mês, ele escrevia artigos no jornal local, O lutador, e
fazia o favor de enviar suas opiniões pelo correio ao autor do Parnaso
de Além-Túmulo. Em nome de Jesus Cristo, os textos excomungavam o
espiritismo, reduziam a pó a reencarnação e à piada o porta-voz dos
poetas mortos no Brasil. “Francisco Cândido Xavier deve ter pêlo de
rinoceronte para suportar tantos espíritos”, escreveu num de seus
manifestos.
Chico ficou engasgado e precisou da ajuda de Emmanuel para engolir o comentário.
__ Se você não tem pele de rinoceronte,
precisa ter, porque, se cultivar uma pele muito frágil, cairá sempre com
qualquer alfinetada.
O padre Júlio Maria espetou Chico Xavier
durante treze anos. Só parou quando morreu. E, nesse dia, Chico ouviu o
vozeirão de seu guia:
__ Vamos orar pelo nosso irmão Júlio
Maria. Com ele sempre tivemos um cooperador maravilhoso. Dava-nos
coragem na luta e concitava-nos a trabalhar.
Trecho do livro As Vidas de Chico Xavier de Marcel Souto Maior.
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